O mundo do funk é conhecido por ser um ambiente marcado pela sensualidade, pela exaltação da sexualidade e pela ostentação. Entretanto, essa cultura também é permeada por um grave problema, que tem sido bastante discutido nos últimos anos: a violência de gênero.

De fato, são frequentes as denúncias contra MCs que se envolvem em agressões físicas e verbais contra mulheres. E quando se trata de agressões de artistas famosos, a repercussão é ainda maior.

Um exemplo bastante conhecido é o caso do MC Livinho, que teve sua carreira abalada após ser acusado por sua ex-namorada de tê-la agredido. O cantor se defendeu das acusações, porém a polêmica gerou um grande debate e reacendeu a discussão sobre a violência de gênero no mundo do funk.

Outro caso recente foi o da agressão sofrida pela modelo e ex-participante do reality show De Férias com o Ex, Stephanie Viegas, por parte do MC Gui. O artista foi acusado de ter iniciado uma briga com a modelo em um show e ter agredido sua namorada que tentou intervir na situação.

Esses são apenas exemplos de uma problemática que é muito mais ampla e que permeia diversos artistas do funk, não apenas no Brasil, mas em outros países onde esse estilo musical é popular. A questão é: como lidar com essa situação?

Uma das reflexões que se faz necessária é em relação à responsabilidade dos artistas em relação à perpetuação da cultura machista. É preciso que esses MCs entendam que suas atitudes têm um grande impacto na sociedade, principalmente nos jovens que os admiram e que podem acabar reproduzindo comportamentos violentos.

Ademais, é importante que sejam criadas ações de conscientização e prevenção à violência de gênero no meio do funk. As produtoras de eventos, por exemplo, poderiam promover palestras e debates sobre o tema, além de estabelecer um código de conduta para os artistas que desejam se apresentar.

Outra medida que pode ser tomada é a criação de campanhas de conscientização nas redes sociais, envolvendo tanto os artistas quanto o público. Essas campanhas poderiam abordar temas relacionados à prática do respeito, às formas de identificar e denunciar a violência de gênero, além de divulgar serviços de atendimento especializado para as vítimas.

Enfim, é fundamental que a sociedade e os próprios artistas do funk se engajem mais nessa luta contra violência de gênero. Afinal, é inadmissível que uma cultura musical que tem o poder de unir tantas pessoas seja marcada pela opressão e pelo sofrimento das mulheres.